Momentaneamente, tomou conta de mim um sentimento de desânimo e desilusão com a profissão que escolhi.
O Direito sempre foi apaixonante pra mim. Estuda-lo é um prazer.
Mas a vida prática...
Os clientes que culpam o advogado pela demora do Judiciário, o Judiciário que é extremamente ineficiente e a sensação de que os serventuários da Justiça imaginam que fazem favores quando na verdade fazem a obrigação que lhe é imposta pelo cargo que ocupam. Neste seara, incluo juízes.
Na esfera criminal, é ainda pior: o atendimento na delegacia é completamente confrontante com aquilo que está no “manual”. Nenhuma lei é seguida; vale o entendimento de quem te atende; e o delegado é quase uma figura mística: muito difícil encontra-lo (talvez no fim do arco-íris:-)
Com o tempo, percebemos que (quase) tudo que aprendemos na faculdade não é aplicado. “ Na prática, a teoria é outra”.
Mas a desilusão faz parte de qualquer relacionamento verdadeiro, a ilusão da perfeição se desfaz quando o convívio é diário e muito próximo.
Agora, o desânimo começa a ir embora e vem a vontade grande de me adaptar e fazer tudo funcionar, além, é claro, de tentar mudar a prestação de serviço judicial para torná-la mais eficiente sempre que isso for possível.
Gosto muito do Direito, mas saio da fase do deslumbramento e começo a aceitar suas falhas.
E que não se confunda aceitar com conformação, pois continuo idealista e farei o meu melhor para exigir o Direito como ele deve ser.
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